Andréa Seligman, artista visual, fotógrafa brasileira. Formações Acadêmicas: Arquitetura e Urbanismo, pela Unirriter - Universidade Ritter dos Reis e Publicidade e Propaganda pela PUC/RS. Nasceu em 27 /03/ 1970. Natural e radicada em Porto Alegre/RS.
A faculdade de arquitetura a fez ver o mundo com olhos mais afiados, possibilitando uma visão mais atenta aos novos conceitos, ângulos, volumetrias, texturas, espaços, luz, sombra e ampliando sua bagagem imagética. E, finalmente, foi a fotografia que "costurou" todo esse aprendizado, todas as referências, memórias e emoções, possibilitando-lhe materializar e expressar a sua essência, através da arte.
O gosto pela fotografia a fez ter um olhar curioso e fotografar tudo, intuitivamente.
A primeira oportunidade surgiu quando ela foi convidada pela Secretaria de Cultura de Gravataí a fazer sua primeira exposição individual, em 2018, com fotos de cena (na época ela era servidora pública e fotografou muitos festivais de teatro estaduais e municipais). A partir dessa exposição recebeu muitos convites, seu trabalho na fotografia foi crescendo e se aprimorando. Aos poucos, foi recebendo o feedback das pessoas e percebendo que seu trabalho tinha valor artístico.
Seu processo criativo parte da intuição. A fluidez surge ao estar perto da natureza, de viajar, de caminhar pelas ruas, observando tudo, do macro ao detalhe; os efeitos de luz e sombra, a arquitetura, as texturas, os reflexos. Sua criatividade vem da observação, da curiosidade. Por outro lado, quando o tema é autorretrato, seu processo criativo está ligado ao autoconhecimento. Os diferentes cenários, composições, incidência de luz no ambiente e sua dramaticidade, assim como a experimentação de vários tipos de materiais, têm total relevância no que ela quer passar. Sua inspiração ao construir um autorretrato vem, além da bagagem cultural e visual, das suas memórias, sentimentos, questionamentos e inquietações que deseja transmitir. Suas imagens têm uma alma cênica (influência do teatro) e da pintura renascentista.
Seu trabalho tem duas vertentes. Na primeira, trabalha com fotografias voltadas a compor ambientes de arquitetura e decoração (quadros). Nesse contexto, suas imagens são bem diversificadas (natureza, arquitetura, texturas, detalhes) e sua intenção é a de transmitir bem-estar, tranquilidade, conexão com a natureza e com as memórias afetivas do espectador, através desses portais imagéticos em forma de quadros. No seu trabalho com autorretratos procura expressar o que está sentindo naquele momento, se conectando com sua essência, seus anseios e emoções. Nessas imagens sua intenção é a de utilizar a arte como forma de cura emocional, reflexão e questionamento.
Suas imagens são permeadas pelo mistério, dramaticidade e delicadeza ao mesmo tempo. Tem preferência pelo contraste, usando o fundo mais escuro e iluminando o objeto principal, o que deseja destacar. Usa, na maior parte dos autorretratos, algum elemento físico (vidro, plástico, espelho embaçado, gotas de água do chuveiro, névoa) que a separa, a "protege" de estar exposta diretamente às lentes da câmera. Esse recurso tem total conexão com seus medos e desafios emocionais e das experiências vividas. Usa cores neutras, tons terrosos, suaves, e procura não saturar demais as imagens.
“A arte é o que nos desconecta do "real", do mundo físico, e nos transpõe para o mundo da imaginação, do que há de mais profundo em nossa essência. A arte é a materialização da alma do artista, e através dela, pode-se revelar emoções e memórias enraizadas de quem a observa. Vejo a arte como um fio que permeia e une a todos nós; e através dessa conexão, é possível transformarmos o mundo para melhor, com mais amorosidade e harmonia entre as pessoas. A arte para mim é como um "link emocional", que leva o espectador diretamente ao lugar (na sua mente, na sua essência) que ele precisa estar ou curar no seu processo evolutivo, espiritual e emocional.”